Última alteração: 2018-07-13
Resumo
Consagrada como o melhor regime de governo desde o final do século passado, a democracia contemporânea tem se apresentado como a evolução histórica do processo político, tendo inclusive sido indicada como a grande sinalizadora do fim da história, escapando, assim, de um enquadramento contingencial. Entretanto, na contramão desse cenário, dados recentes apontam para um regime em crise, o que tem comprometido a própria noção de progresso democrático. Nesse sentido, o objetivo do presente trabalho é discutir um efeito do kantismo que, a partir de uma ruptura epistemológica, contribuiu sistemicamente para que a situação de crise se apresentasse. Mesmo não pretendendo discutir novos caminhos democráticos, em todo caso, verifica-se que enquanto não houver um dimensionamento epistemológico apropriado da ruptura apontada, bem como o estabelecimento/discussão de um novo télos, o regime democrático vai estar sempre flertando com o abismo político. Falta saber por quanto tempo as regras atuais do jogo democrático persistirão.